26 de setembro: Dia Nacional da Pessoa Surda
26 de setembro é mais uma data para se comemorar o Setembro Azul: o Dia Nacional da Pessoa Surda. A data é comemorada no mesmo dia que marca a fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) em 1857, a primeira instituição brasileira a se dedicar à educação de surdos no país. Não é de hoje que as pessoas surdas, aqui entendidas como um grupo linguístico e identitário minorizado, se movimentam em prol das causas de suas comunidades. Os registros desse movimento remontam, principalmente, ao século XIX, mas também é possível observar organizações escolares de surdos no século XVIII.
Na 9ª Convenção da Associação Nacional de Surdos e no 3º Congresso de Surdos, eventos realizados em 1910, o então presidente da Associação Nacional de Surdos dos Estados Unidos, Goerge Veditz, fez a seguinte afirmação sobre a natureza da pessoa surda: "Os surdos são... primeira, ultimamente, e antes de tudo, o povo do olho". Tal afirmação remete à concepção dos surdos como um grupo étnico. Algo que, mais tarde, Harlan Lane, Richard Pillard e Ulf Hedberg (2011) discutem no livro The People of the Eye: Deaf Ethnicity and Ancestry. Além dessa publicação, o Ceilis indica algumas outras referências interessantes para quem quer estudar mais sobre as pessoas surdas, suas histórias e culturas:
Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos
de Oliver Sacks (1998). Companha das Letras.
Um olhar sobre nós surdos: leituras contemporâneas
Organizado por Gládis Perlin e Marianne Stumpf (2012). Editora CRV.
Índios surdos: mapeamento das línguas de sinais do Mato Grosso do Sul
de Shirley Vilhava (2012). Editora Arara Azul.
Movimento social surdo e luta pelo reconhecimento da língua brasileira de sinais
de Fábio Bezerra de Brito (2021). Editora CRV.
Surdocegueira: vencendo desafios e construindo possibilidades
Organizado por Fernanda Cristina Falkoski e Shirley Rodrigues Maia (2021). Synopsys editora.
Ferdinand Berthier (1803-1886): erudito, professor, ativista surdo e suas contribuições para o nosso presente
Organizado por Regina Maria de Souza e José Raimundo Rodrigues (2021). Editora CRV.
O que é ser índio sendo surdo? Um olhar transdisciplinar
de Michelle Sousa Mussato (2021). Editora UFSM.
Os surdos e a sétima arte: representações, perspectivas, problematizações desde outras flutuações
Organizado por José Raimundo Rodrigues, Katiuscia Olmo e Lucyenne Vieira-Machado (2022). Editora Schreiben.
Parabéns, surdas e surdos do Brasil! Agradecemos a vocês pelo cultivo e transmissão das línguas de sinais faladas no país!